quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Natureza Morta


 Um pouco sobre a história de pinturas de Natureza Morta:

A pintura de natureza-morta (com temática de arranjos de frutas, legumes e utensílios domésticos) surgiu como um gênero mais simplório, no início do Barroco , derivado das pinturas que representavam cenas religiosas em cozinhas populares.

Como sua origem deriva da pintura religiosa, a natureza-morta passou a funcionar como metáfora moralizante dentro da cultura católica: a fruta que é bela por fora, mas apresenta indícios de podridão interna; ou apenas uma fruta que ostenta uma beleza tentadora e perigosa.

Na Holanda protestante, que tentava distanciar-se das representações religiosas com a valorização do cotidiano burguês, a natureza-morta não teve ligação explicita com a Igreja católica. Havia ali a ênfase na espiritualidade inerente à realidade cotidiana do indivíduo comum. As imagens da região sublimavam a espiritualidade percebida nas cenas e objetos do cotidiano da época. Isto fica visível no próprio termo adotado na região para este gênero: vida silenciosa.

Na Espanha, a natureza-morta desviou-se do contexto popular de sua origem para servir como registro das condições sociais e do status de sua clientela (classe alta e média). Por essas pinturas podemos saber, por exemplo, que a carne de caça, de porco, o peixe fresco e o seco eram iguarias apreciadas por distintas classes sociais da província de Madri. Em especial o peixe fresco, que deixou de ser enfatizado nas pinturas por seu conteúdo religioso para começar a demarcar o elevado poder econômico do seu consumidor, uma vez que Madri está localizada no centro do país, e o peixe fresco era, portanto, muito mais caro ali do que o seco e, por isto, consumido apenas pela classe abastada.

Fonte: Natureza Morta

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